Santo, hóstia, súplica e outras rappas

Alguns grupos musicais, aqui e no mundo, são verdadeiras religiões sociais modernas. Lançam seus álbuns e em poucos dias já estão nas rádios, nos cd’s players e nos mp3 da galera feito milagre. Mas no caso do novo CD d’O Rappa a religiosidade vai além da euforia típica dos fãs. A começar pelo título (7 Vezes), podemos notar o espírito da obra, que utiliza o número da perfeição bíblica e possui uma série de significados cabalísticos. Entretanto, após ouvir pelo menos 7 vezes – é difícil absorver tudo de início – nota-se que praticamente todas as músicas utilizam expressões religiosas nas mais variadas formas, que se escondem lentamente em ideais político-sociais já conhecidos da banda. Para não ficar só na oração sem fundamento, acho legal deixar a reza clara. E a primeira música nem vale, porque o título da canção já diz tudo: Meu Santo Tá Cansado é uma espécie de protesto com confissão… “…já jurei, já jurei… com dedos cruzados, com dedos cruzados… não tô aqui pra ser herói cuzão, pra pagar de otário…”. A segunda trilha é mais sutil. Em Verdade de Feirante, a letra pergunta onde está a verdade daquele que vive “no meio da casa pequena de pau… tá no grito, tá no sol que bate… tá no rito, tá no sol que arde…”. Porém, é na terceira expressão da obra que notamos uma relação diferenciada, com um sentido mais apurado da palavra religiosa inserida no contexto popular d’O Rappa. Hóstia – tema da canção – consegue transmitir a essência da palavra (além do alimento espiritual, hóstia também significa “vítima expiatória”) quando diz… “ah, meu escudo… meu escudo é minha hóstia…” e passa a idéia de um ser que se protege da miséria. Brilhante e confuso a tal ponto que fans da banda questionam na comunidade do Orkut o sentido da letra. Mas se você pensa que acabou, não sabe da missa metade. E para encurtar vou apenas citar música e trecho, deixando para você as conclusões: Meu Mundo é o Barro – “Eu tenho fé… tentei ser crente, mas meu Cristo é diferente, a sombra dele é sem cruz, no meio daquela luz…”. Monstro Invisível – “… vejo a minha história com a sua comunga(r), vejo a história, ela comunga…”. Maria – “…hei de louvar sempre a harmonia, meu coração é pulsação e meu guia, nunca esqueci da minha mão de Maria…”. Súplica Cearense – “Oh! Deus, perdoe este pobre coitado, que de joelhos rezou um bocado, pedindo pra chuva cair sem parar… Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, eu acho que a culpa foi desse pobre que nem sabe fazer a oração…”. Respeito Pela Mais Bela – “…independente de onde esteja agora,… traga a esperança, traga ela de volta…”. Vários Holofotes – “…o santo dorme, o santo daime, muita coisa de bom que acontece com a gente…”. Enfim, se você chegou até aqui, talvez busque um propósito, como eu, para tantas relações religiosas no disco desta banda ímpar. E ele existe; bem no meio ou mais precisamente na sexta trilha. Em Busca do Porrão é primorosa. Não apenas pelo balanço e ritmo que agradam muito, mas porque consegue resumir o princípio da existência divina, que está presente em qualquer doutrina espiritual. Por isso, nada mais justo que terminar este artigo com ela, na íntegra: “A busca do Porrão não é de paz ou de abraço,
 de grade, de foice amarelada, não é de cagaço,
 não tem cor, não tem caô, 
nem promessa, nem fita, nem missa,
 a busca do Porrão não é missão, 
é uma sina, 
a busca do Porrão não faz barulho 
e não cobra dívida,
 a busca do Porrão é intenção, o
 abraço consternado do pai,
 no filho pródigo perdoado e a presente felicidade,
 que não começa e nem termina no espaço da paz, 
a fruição do som, do espaço vazio, 
o amor que não dá pitaco, que não dá pio…
 a busca do Porrão não tem fim,
 não tem fim nem finalidade,
 onde é necessária não tem, não tem cidade, 
a busca do Porrão é a beleza, 
nunca perdida da cidade, 
pra além do silêncio, do gozo da mulher
 difícil da cidade, 
do patrão encaixe neura do torturado, 
pralém do trem, do ônibus, do pé inchado,
 do patrão encaixe-neura do torturado,
 folheado, café-milho misturado,
 a busca do Porrão vai além, além do macacão, 
abraço evangélico, evangélico no tição, 
onde ninguém se perde nos dramáticos sete,
 não tem traíra, não tem canivete,
 sem traíra, sem canivete, sem traír canivete,
 o legal encontra o razoável,
 encaixe do neura do torturado,… além do papo mudo repetido,
 além da compreensão,
 além do cabelo reco sem discriminação…
 o Porrão não se respira, 
não se vende, não se aplica,
 o Porrão não se respira,
 o Porrão é pura pica…
 a busca do Porrão não tem fim e não faz barulho…”. É por essas e outras rappas que não se deve rotular o som desses caras.

©Texto publicado no jornal O Local desta semana.

◊Leia mais sobre o Porrão logo acima. Sobre a nova música? Leia aqui.

146 thoughts on “Santo, hóstia, súplica e outras rappas

  1. Oi, Evandro.

    Valeu pela presença. Acho que a letra diz… “às vezes a gente reza cartilha E sai de brita” e não “cartilha DE sai de brita”. Mas antes de tentar explicar, gostaria que compreendesse que vou apenas tentar dar um sentido e não encontrar a verdade absoluta, ok? Bom, penso que a letra de “Meu santo tá cansado” é uma forma da banda abrir o disco com clareza mental, com sinceridade. Como a obra toca assuntos sutis ligados a religião, eles deixam claro logo de cara que não estão ali “pra pagar de otário”, “pra ser herói cuzão”. O trecho onde aparece a frase que você tem dúvida fala que mesmo sem carteira azul (carteira de trabalho), ele sempre foi trabalhador. Mas às vezes, reza a cartilha e sai de brita. Rezar a cartilha aqui acho que significa agir de uma forma como todo mundo faz e sair de brita – que significa pequenos pedaços de pedra quebrados – acho que é quando uma pessoa sai “chumbada”, por exemplo quando bebe álcool além da conta. O mais importante, entretanto, é entender a mensagem toda, de que o ser humano erra, deixa seu próprio santo “cansado”, mas isso não impede que ele se desenvolva espiritualmente ou tenha uma visão mais ampla da vida. Espero ter ajudado.

    Um grande abraço!

    1. eu entendi o trecho como sendo: as vezes a gente faz tudo como manda as regras sociais, mesmo assim sai do caminho. sai de brita aos meus ouvidos soa como o carro de formula 1, que tenta se manter no seu percurso, mas perde o controle e vai pra brita… Por isso eu gosto do Rappa… As letras se encaixam a sua verdade.

  2. Olá Ricardo,

    Eu agrado muito das letras do Rappa, mas as vezes fico com duvidas sobre do que eles realmente estão querendo falar, e nesse cd como você mesmo falou ele traz vários assuntos ligados a religião, e uma parte do cd que me traz mais duvidas é na musica meu mundo é o barro quando ele fala: ” tentei ser crente, mas meu Cristo é diferente, a sombra dele é sem cruz, no meio daquela luz” o que isso quer dizer na sua percepção?

  3. Viva, Sara. Antes de tudo, não sei se sabe, mas seu nome tem origem hebraica e significa princesa, soberana. 😉 Bom, o sentido a música “Meu mundo é o barro” me parece bem clara. É a história dos homens comuns, de um Zé Ninguém, mas que tem princípios e paciência para viver sua luta diária. Gosto muito da parte que diz “…não tenho cor, nem padrinho; nasci no mundo, sou sozinho; não tenho pressa, não tenho plano, não tenho dono…”. A parte que você cita, a meu ver, tem um lance controverso mesmo. Porque no início da música ele diz que tem fé, “…que um dia vai ouvir falar de um cara que era só um zé…”, mas depois diz que tentou ser crente, mas seu Cristo é diferente. A imagem da cruz é símbolo do cristianismo, da injustiça, de carregar o fardo. E O Rappa quer dizer que esse homem do povo já não aceita mais isso, ele quer a imagem do Cristo que traz luz e não a que vive injustiçado. Esse pensamento é muito forte, pois a religião é muitas vezes distorcida com uma grande tendência de colocar culpa nos fiéis, de julgá-los. Por exemplo, como nos tempos da Inquisição: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisição
    Obrigado pela visita!

    1. Valeu pela explicação! eu interpretava tudo errado, eu achava era um desabafo do Falcão falando q tentou ser crente mas o Cristo dele era diferente “Eu voltei pro mundo aqui em baixo, comecei errado mais hj eu to ciente” . poderia explicar essa frase o que quer disser msm?

  4. Olá, Camila. Farpa, além de uma pequena lasca de madeira ou metal que pode machucar a pele, cortar, é também uma expressão de sarcasmo, de crítica. Acho que a letra da música deixa isso bem claro. É uma crítica social daqueles que são abandonados ao mundo, sem família, sem lar e sem destino. Mais uma bela obra simbólica do novo disco. Volte sempre!

  5. Olá galera,sempre curti o RAPPA,só não estou entendendo o significado da música sete vezes.Alguem poderia me dar um help??

    bjãoooo

  6. Oi, Adriana. Bem-vinda. Concordo com você, a música que dá título ao disco é uma das mais complicadas de se entender mesmo. Entretanto, acho que se trata de uma música de amor (talvez a primeira que O Rappa tenha feito em sua carreira), pois a letra é bem enfática em mostrar o desejo de escrever “seu nome” sete vezes (que é o número das maravilhas do mundo e dos pecados capitais), “num mundo assim bem grande”. Logo na sequência, a letra pergunta se é necessário fazer isso, insistir nisso; e completa dizendo que é, para que todas as portas possam se abrir. Acredito que tenha uma ligação com a expressão “fechado a sete chaves”, que traz um pouco de mistério, até sobre o seu surgimento. A partir daqui a letra fala de dúvidas sobre castigo, estudo e vocabulário. E questiona até a importância do pensar, como se isso fosse andar ao contrário. De fato, pensar e amar são situações opostas. Por fim, parece que apresentam a fórmula de amar, com muita cor e inventando novas formas de brincar (com as situações da vida). E completa que “saber perder é alguma coisa para sobreviver”. Ou seja, para amar também é preciso ceder ao outro. Abraços!

  7. olá galera do blog,
    sou fã do rappa, e gostei muito do novo cd,
    mas não consigo entender parte da música 08 ( monstro invisível ), apesar de gostar muito da música, ainda não consigo achar uma definição do que seja o tal Monstro invisível, e aquela parte que diz :
    ” Eu to lage acima, no cerol que tras a vida pra baixo”

    se alguem puder me ajudar, estarei esperando a resposta.
    grato .

  8. Olá, EAM.

    A primeira vez que ouvi o disco “7 Vezes”, puxei o CD da prateleira, o coloquei debaixo dos raios infra-vermelhos e a tela mostrou um texto sobre a obra. Além de um descritivo do álbum, os “argumentos de venda” explicavam a letra “Monstro Invisível” como sendo uma crítica ao universo corporativo. Concordo, várias partes da letra deixam isso claro. O Monstro Invisível é a empresa multinacional que domina o mundo hoje, que comanda a horda (multidão em desordem), que arrasa tudo (natureza, valores sociais, etc) como é de praxe. E por aí vai, até que finaliza dizendo que “esse é o poder solitário”. A parte que você cita é muito importante, porque ela faz a ligação entre o Monstro Invisível e a própria banda. E essa explicação tem duas partes que se completam. Primeiro, dizem que eles estão em uma laje acima, ou seja num nível superior (espiritual) que o Monstro Invisível (os grupos corporativos), e finaliza contando que o motivo é puxar o cerol que liga os homens à Deus, trazendo a vida para baixo. O segundo ponto está na estrofe da música. Quando dizem que vêem as duas histórias comungarem, d’O Rappa e do Mundo Corporativo, a banda já acena para o seu público que eles teriam algum tipo de relação com uma empresa global para patrocínio. Veja esse link: http://www.samsung.com.br/maismusicanasuavida. No final das contas, acho que O Rappa é incrível simplesmente por tratar com tal sutileza e perspicácia os assuntos banais e mundanos. É por isso que eles estão numa laje acima, puxando para nós as forças divinas.

    Grande abraço.

  9. Olá Ricardo. Acabei de ler a sua resposta ao E.A.M sobre o Monstro Invisível, mas ainda assim não ficou esclarecido pra mim.
    No trecho :
    “Eles já sabiam, mas deixaram a sina guiar a sorte” Eles quem?

    “Vejo a minha história com a sua comunga
    Vejo a história, ela comunga.”
    Comunga no caso, seria testemunhar?

    Desde já agradeço, e muito obrigada Ricardo por abrir esse espaço.

  10. Olá, Lorrayne!

    Espero poder ajudar, vamos lá. Antes da parte que você cita, a música diz o seguinte… “Brilhante idéia de uma cabeça nervosa; Grafitando um outro muro de raiva; Eles já sabiam, mas deixaram a sina guiar a sorte.” Vejo esta parte da música ainda como uma explicação sobre o poder corporativo. De suas cabeças nervosas (que vivem em constante batalha comercial) brotam idéias “brilhantes” de conquistas, eles “grafitam” (mancham) os limites (espaços) das outras empresas e, mesmo sabendo disso, deixam a sina (uma atitude ruim que se repete) determinar o seu futuro. Já o ato de comungar, acho que traz a idéia de comunhão, onde O Rappa se vê partilhando o seu destino com um grande grupo corporativo global. É possível que tenha outros sentidos, pois as músicas d’O Rappa são cheias de significados. Mas consigo ver nexo e contexto em toda letra do “Monstro Invisível”. Talvez eles tenham assistido ao filme “The Corporation”. Veja o link, há muita filosofia sobre a representação das corporações em nossas vidas ultimamente: http://www.imagemfilmes.com.br/imagemfilmes/principal/filme.aspx?filme=101550

    Abraços e obrigado pela visita!

  11. Ehehehe, Lorrayne… está ficando cada vez mais difícil, pois muitas vezes a música carrega uma simbologia além do sentido explícito. Mas nunca é demais desafiar a poesia pela via racional, afinal, a palavra é um código que visa uma programação da mente. Ou seja, quando ouvimos somos levados a digerir uma idéia que nem sempre é consciente. Enfim, vamos lá! Acho que o próprio título da música nos conta muito sobre ela. “Documento” é um objeto que identifica o portador, é uma prova ou um testemunho de alguém sobre um fato, uma situação. E aqui vai um chute: esse é o documento da própria banda! Não se aplica regra, nem tem arrego e não tem explicação a sua própria existência. Ou seja, eles já passaram do limite do procedimento, nem procuraram (o talento), apenas veio do destino. A noite, a fumaça (crítica) não atrapalha, o jornal (suas notícias) são conduzidos por eles e o passado vira logo traça. Seu alimento (da banda) é explosão, fogo e paixão, são as novas canções ou as já conhecidas, as novas bandas ou as renomadas, que sempre desejam entender o seu futuro (ver a planta, o planejamento), o projeto matriz de suas vidas. A carta fora do tempo é aquilo que destoa do seu momento (a banda faz um som bem diferenciado das outras bandas nacionais), mas que não precisa mais de apresentação (de documento) para o seu público. O final, revela o espírito do grupo nos dias de hoje. Se o novo disco está bom ou ruim, quem pode dizer? Está aquém de todos nós! Espero que lhe traga algum sentido… 😉 Bjs!

  12. Sim trouxe bastante sentido, obrigada mais uma vez.
    Mas na verdade, tudo que me coloca pra pensar, e que as vezes até apresenta uma certa subjetividade nas palavras me atrai.

  13. Olá Ricardo, será que você poderia me esclarecer, oque eles querem dizer com varios olofotes ligados aqui….eustou no aguardo
    essa é uma das musicas que eu mais gostei do disco mais como as outras tem muita coisa que eu naum entendo, se vc pudesse me esclarecer eu agradeço des de já

  14. Chama muita atenção o estilo da poesia, ela é muito caracteristica do Rappa, expor e falar do Social de uma maneira deles, é um contraste do intelectual com o modo simples de viver das pessoas da favela, a poesia é rica e sofisticada com uma embalagem bruta, usando dialetos do gueto,tornando toda essa riqueza acessivel, ainda que não compreendida por todos…E é por isso que ao meu ver o Rappa é uma das melhores bandas de musicas do brasil.

  15. Olá, João. Bom tê-lo conosco! Concordo com sua análise em relação a banda, a química d’O Rappa é unir a linguagem popular a uma reflexão mais sutil. A questão que coloco sobre a influência da religião é justamente essa. Acho que o disco 7 Vezes vai além do intelecto, ele puxa a nossa consciência para um estágio mais elevado, mesmo utilizando a “embalagem bruta” que você cita. Entretanto, creio que a música “Vários Holofotes” se enquadra mais na crítica social, ou seja, tem um apelo intelectual mais forte. A letra é bem direta, mostrando a “qualidade” da vida de quem mora na favela. Neste sentido, não encontro uma simbologia mais ampla para a idéia de muitos holofotes “iluminando” o ambiente (por exemplo, poderia ter um sentido de luz espiritual). Ao contrário, aqui acho que a idéia é mostrar o perigo (holofotes seriam a própria energia, fachos de eletricidade), o famoso “gato”. Outra idéia possível seria a mente que olha com atenção, pois a letra diz que “quem sabe o que acontece aqui dentro sou eu”. Tem outra parte da letra que também traz uma possibilidade: “o sol deixou de ser paisagem e passou a queimar de repente”. Imaginei os buracos no teto passando a luz do sol que tornam o dia ensolarado uma verdadeira panela de pressão (ligando-se muito bem a idéia da água que aquece). Enfim, talvez seja tudo isso misturado com a proeza d’O Rappa de dar sentido ao que parece banal. Grande abraço!

  16. Oi, Michele. A princípio pensei apenas em fazer comentários sobre as novas músicas do disco “7 Vezes”. “Pescador de Ilusões” é uma música de mais de 10 anos e que já faz parte do inconsciente coletivo nacional. Muitas vezes, o entendimento racional tira justamente o poder poético, o que não seria bom para você, nem para a própria música. Assim, para não deixar de responder e respeitando toda essa história, vou escrever de forma diferente. Vamos refletir juntos sobre o que é a ilusão e você poderá fazer o exercício de pescar cada idéia, ok?! A ilusão é um erro de percepção, um engano da mente ou dos sentidos (visuais, auditivos, etc). Tudo aquilo que nos aparece como realidade, mas no fundo nos ilude. Na ilusão, é difícil descobrir o que é verdade ou mentira, o que devemos acreditar ou não. É como nossa imagem no espelho, que parece verdadeira mas é apenas um reflexo. Ou como o arco-íris que parece tão belo, mas é apenas uma ilusão ótica. Muitos se iludem com o amor, outros com promessas de riqueza e alguns, percebem a ilusão em cada segundo que escapa das nossas vidas. No final, o grande lance é compreender que cada instante dessa descoberta vale a pena. Espero que curta! Um grande abraço.

  17. Olá Ricardo! Adorei sua discussão. Sempre gostei das músicas do rappa, mas confesso que sempre fiquei meio confuso sobre o que eles realmente queriam transmitir. Após escutar esse cd novo, comecei a entender melhor, justamente o que o João Galdêncio falou a cima, essa tentativa clara de falar do social, usando sua linguagem, mas dando sentido aos problemas cotidianos. O que achei mais interessante nesse novo disco foi o resgate de Luíz Gonzaga na “Súplica Cearense” e não sei pra você, mas pra mim parece que a inspiração do rappa para o disco veio justamente dai, buscar e questionar a religiosidade sempre pelo ponto de vista do social, do trabalhador, do operário, do mendigo. Porque como você mesmo disse o “escudo” para o povo continua a ser a “hóstia” mas esta continua a ser distorcida pelas corporações, pelo governo, e mesmo pela própria igreja.
    E então? Falei besteira? rs
    Obrigado por abrir este espaço! Abraço.

  18. Chega mais, Pedro! Falou besteira nada. Acho que conseguiu reunir muita coisa dizendo pouco. É isso aí! Não saberia afirmar se a “Súplica Cearense” foi inspiração para todo o disco, mas certamente ela encaixa com perfeição em toda a proposta da obra. Penso também que, como ouvintes, perceber que um disco de música pode conter mais do que acordes e letras soltas pode ser uma grande experiência. Posso estar enganado, mas geralmente as pesssoas escutam seus CDs escolhendo suas músicas preferidas e não procurando a mensagem que o grupo quer passar. Por outro lado, são poucos os músicos (e bandas) que também fazem seus discos com esta proposta. E quando descobrimos essa relação, o sabor fica diferente. Passamos a observar com mais clareza a forma e o sentido e, consequentemente, selecionamos melhor a nossa preferência. E isso não ficará só na música, mas em tudo aquilo que observar ao seu redor. Bem-vindo e fique a vontade para entrar nos papos do blog, ok?! Grande abraço.

  19. Ricardo, gostaria simplesmente de dizer q adorei o blog… Sou mais uma fã nº 1 desta banda e apenas quero deixar um registro aqui.
    Acho que O Rappa fala muito do povo brasileiro, as letras de cada música tem um pouco do Zé, do João, da Maria de cada dia… o Rappa é a diferença, é o que existe em termos de MELHOR banda, pois consegue alcançar todas as etnias, raças, cores, … e no Brasil falta muito isso.

    Parabéns…

  20. Ola Ricardo, você tem uma sensibilidade incrivel para interpretar as musicas, muito bom mesmo “reza cartilha e sai de brita” é muita imaginação, obrigado!!

  21. Olá Ricardo, muito bom teu blog, estou aprendendo a lidar com esse tipo de recurso agora, mas adorei a discussão sobre esse Cd que eu mesmo venho tentando decifrar a meses.Obrigado pelas boas informações.Abraços.Tatiana, Matinhos, Paraná

  22. Legal, Tatiana. Traga suas dúvidas, aspirações, comentários e tudo que possa ser construtivo para mais leitores. Acho que outros blogs não respondem porque desanimam, pela falta de contato com as pessoas que passam por lá. Aqui, tento continuar escrevendo e trazendo insights pelo simpless prazer de comunicar aquilo que vejo e sinto. E é muito bom receber o carinho de quem passa, lê e gosta do conteúdo. Obrigado. Um forte abraço!

  23. Olá Ricardo, ouço muito falar que com a saída do Yuka o Rappa perdeu muito em termos de letra. Eu acredito que a poesia se tornou mais subjetiva. Gostaria de saber sua opinião com relação a esse novo cd para ver se mais alguém concorda comigo, que apesar de serem formas diferentes de se expressar, o Rappa não deixou de ter seu conteúdo de discutir as mazelas da sociedade.Abraços. Tatiana, Matinhos, Pr.

  24. Olá Ricardo, ouço muito falar que com a saída do Yuka o Rappa perdeu muito em termos de letra. Eu acredito que a poesia se tornou mais subjetiva. Gostaria de saber sua opinião com relação a esse novo cd para ver se mais alguém concorda comigo, que apesar de serem formas diferentes de se expressar, o Rappa não deixou de ter seu conteúdo de discutir as mazelas da sociedade.Abraços. Tatiana, Matinhos, Pr.

  25. Olá Ricardo. Muitos comentam que com a saída do Yuka, o Rappa perdeu em termos de letras. Eu acredito que a poesia se tornou mais subjetiva, mas não deixou de ter a conotação de protesto contra as mazelas que vivemos em nosso país. Gostaria de saber sua opinião com relação ao novo Cd, já que é bem difícil explica-lo justamente por conta dessa subjetividade.Abraços.Tatiana, Matinhos, Paraná

  26. Olá Ricardo. Muita gente comenta que com a saída do Yuka, o Rappa perdeu muito em termos de letras. Eu acredito que a poesia se tornou mais subjetiva. Portanto mais difícil de ser entendida já de cara. Gostaria de saber sua opinião quanto a esse novo Cd, já que discutindo o assunto aprendemos mais como decifrar o contexto desse novo trabalho.

  27. Desculpe-me ter saído quase duas perguntas identicas, mas é que eu estava com problemas no envio delas, aí fiz outra.Abraços

  28. Olá. Tatiana. Entendi o contexto das perguntas. Aliás, mais perguntas só deixou melhor explicado a sua idéia. =) Enfim, respondendo… tenho a mesma percepção que a sua; mudou a forma, mas não o contexto. Acho que ficou mais sutil, mais “espiritualizada” (pelo menos nesse disco) e talvez tenha ficado mais livre… ops, explico: o Yuka tem uma métrica muita boa, forte em relação ao seu propósito. Ele “pinta” um cenário descrevendo os sentimentos num raciocínio lógico, e preciso de certa maneira. Já as novas letras, entretanto, não seguem essa fórmula. As simbologias se cruzam sem muito compromisso com uma explicação final nítida e isso pode causar algum desconforto para quem estava acostumado com o trabalho anterior. No fundo, gostei da mudança pelo simpless fato de termos em mãos (ou nos ouvidos) algo novo, diferente. Parece-me também que O Rappa surpreende mais agora, afinal, temos que correr atrás do sentido. Abraços!

  29. É bem difícil uma banda que consegue se renovar com os anos. E pelo fato, triste mas que aconteceu com o yuka, vemos uma nova banda na mesma, o que torna o trabalho muito interessante.

  30. Não sei se é merecedor de destaque, mas eu gosto de Skank também, e ele mudou muito com o passar dos anos. De uma banda que tocava um reagea misturado com calango virou quase uma banda inglesa. Gosto de muita coisa, música faz muito parte da minha vida. Meu marido é músico eu eu canto também. Então é isso.

  31. Eu não componho, só interpreto, mas não as músicas dele. Ele tem uma banda de samba rock mas estão em fase de ensaios. Quando estiver tudo redondinho talvez eles comecem a divulgar o trabalho. Se você tiver interesse no site da Trama Virtual tem o trabalho de meu primo. Fabricio Marques.É bem interessante também, ele faz uma mistura de ritmos usando temas ligados ao nosso litoral paranaense. É bem bacana. Abraços

  32. Boa tarde a todos, bom, gostei muito dos comentários e da forma em que foram interpretadas as musicas, quase todo o modo de pensar, bateu com o meu intendimento, o fins espirituais, como foi este cd da banda, ao meu ver, gosto muito da forma em que é até hoje, polemica cada interpretação do trabalho do cantor Raul Seixas, seria muito interessante um “estudo” das letras que até hoje dão o que falar.

    Abraço

  33. Tatiana! Desculpe, minha cara, pela resposta tão tardia. Entrei no site da Trama e ouvi o trabalho do Fabrício. Além das misturas lá citadas, gostei muito da pitada psicodélica. A letra “Rebelião das Máquinas” também ficou marcada. “Quem foi que aplicou serotonina no robô?” Ehehehe… curti! =) Abraços.

  34. Tudo bem Ricardo. Que bom que gostou do trabalho do Fabricio. Curiosidade sobre ele : O Fabricio faz todo o trabalho ali, desde a composiçao das músicas, mixagens, todos os instrumentos e os vocais. Abraços.

  35. Voltando a falar do 7 vezes. Qual outra novidade vc tem a nos oferecer. Quem sabe comentários sobre os clipes que estao no ar. Fica aí a sugestão. Abraços.

  36. Desculpem novamente Ricardo. Eu as vezes me bato com os comentários do blog. Eu fiz outro comentário que não foi publicado, então vou esperar para faze-lo novamente. Por isso o comentário acima sobre o nome ficticio.

  37. Oi, Tatiana. Como você mudou o nome, o comentário ficou na lista de aprovação. Mas já está acima, divulgando a região de Matinhos! 😉 A sua sugestão é bastante válida, já viu o clipe de “Súplica Cearense” feito em animação gráfica? (http://mtv.uol.com.br/rappa/7vezes) …conta a história da Guerra de Canudos, Bahia, entre o povo e a república no final do século 19. O motivo de sempre: crise econômica, desemprego e opressão burocrata que desencadeou um movimento sócio-religioso. A sintonia fina d’O Rappa é interessante, fazendo uma relação da época com os dias atuais. Pois, naquele tempo, além da guerra ocorria também uma grande epidemia de febre amarela (SP). E ainda, segundo pude levantar, era inaugurada a primeira linha de bondes elétricos em Salvador. É assim que os homens vivem, no meio de batalhas, vírus e avanço tecnológico. Neste caso, a súplica que se faz é um pedido para a seca que habita as mentes humanas. E o perdão “desse pobre coitado” pode ser dirigido a todos nós, que “não rezamos direito, porque não sabemos fazer a horação.” Salve!

  38. Eu ja vi o clipe sim Ricardo. Muito bem feito e como sempre com a marca forte de todos os clipes do Rappa. Muito boa a sua leitura dele também.Vou indicar a quem se interessar pelo assunto e pela historia que ele conta. Obrigado pela aceitaçao da minha sugestão e continue comentando o que vier.Abraços. Tatiana-Matinhos-Paraná

  39. Oi, Caio. A música “O que sobrou do céu” é de 99, do álbum “Lado A, lado B”. Como disse em outros comentários, tem uma composição e ideologia um tanto diferente do “7 Vezes”. Acho a forma poética da letra muito bonita. É poesia urbana falando do cotidiano de quem vive nas favelas, tentando encontrar um espaço espiritual para continuar a vida. É interessante notar expressões como “Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia…”, que denotam um desejo do povo de escapar a sua realidade. Ou lembrar “da cerveja gelada que espanta o mal” com a embriaguez. Porém, a grande mudança, a meu ver, das composições antigas para as atuais está no propósito de oferecer a visão da espiritualidade como caminho de descoberta para a massa. Talvez, numa nova composição O Rappa não falaria das sobras do céu, mas da sua amplitude. Ou seja, por mais que os prédios e até as nuvens cinzentas o encubram – paralelo com as tristezas e obstáculos da vida – ele estará sempre lá. Amplo, vasto e incógnito para todos os seres. Obrigado pela visita. Abraços.

  40. Mais uma vez, adorei sua visão de mais um icone do Rappa. Gostaria de sugeri_lo que fizesse uma analise do novo album do Natiruts, pois eu estou ouvindo e achando maravilhoso. Obrigado, abraços, Tatiana, Matinhos-Pr

  41. Vlw Ricardo pela explicação excelente por sinal, tenho 2 perguntas pra te fazer o que vc acha da música ” Fininho da vida” e uma das antigas ” Vapor Barato”?

  42. É engraçado como as letras geram diversas interpretações, e muito se deve ao seu estado de espirito. A boa musica gera isso…
    Gostaria só de fazer um comentário, vc escreveu na integra a letra de Em Busca do Porrão com alguns erros… ” Abraço Evangélico no Tição “, por exemplo!
    Parabéns pelas informações.
    Interessante seu ponto de vista na maioria das vezes.
    Abraços.

  43. Viva, Caio. Você me colocou num fininho da vida, hein?! 😉 Brincadeira. Estou um tanto corrido e prometo voltar em breve para comentar essas músicas. Obrigado pela presença e comentário. Grande abraço.

  44. Olá, Luiz. Obrigado pelo alerta! Este post foi feito há exatos 10 meses atrás e copiei direto de um site de letras, sem notar os erros. Estava escrito “evangélico curtição”, certo? Até que não ficaria ruim… ehehehe… Mas já estão corrigidos, valeu.

  45. Bom dia Ricardo, a um tempo atraz cogitei um estudo sobre as letras do Raul sou muito fã de Raul, desculpe pelo “sumiço” estive trabalhado muito.

    Bom, a musica O trem das 7 é uma que gostaria de ver o ponto de vista da galera, outra que gosto muito é Meu amigo Pedro, como você disse é muito grande o trabalho dele, eu mesmo tenho 27 cds, acredito que cada linha das letras dele tem algo a dizer.

    Abraço a todos.

  46. Oi, Caio. Estava devendo mesmo a você uma resposta sobre outras 2 músicas, certo? Então, somo tudo numa só, ok?! Principalmente porque as 3 músicas são bem a cara d’O Rappa. A letra de “Fininho da Vida” expõe claramente a vida dos heróis modernos. Pessoas que passam por apuros e dificuldades tremendas, verdadeiros riscos de vida, mas segue a sua trilha “…num domingo festivo, num domingo lindo”. Os pets e plásticos que rondam essa realidade deixam claro que o processo de reciclagem cultural ainda não estão em pleno vapor. E pegando carona na outra música que você citou, “Vapor Barato”, leva esse clima todo cultural para um romance em fase terminal. O vapor, a meu ver, é uma espécie de pressão vivida quando terminamos um relacionamento que não rola mais. Isso parece claro quando diz “…a minha imensa obsessão…”. Tomar o velho navio é agir pelo hábito, aquilo que estamos acostumados a fazer quando algo acontece. E ele é barato no sentido de não valer muito mais, de ter perdido o sentido, a preciosidade. Por fim, vamos para a letra de “O Salto”. Ainda vejo mais crítica social do que espiritualidade nesta música. Acho que a primeira frase diz muito do sentido todo, afinal, “as ondas de vaidade” são as grandes responsáveis pela inundação de pobreza e descrédito com o ser humano. É através desse veneno da mente que os homens realizam e destroem. “Regar as flores com chuva de insetos” é sugar tudo de belo e rico. E ao mesmo tempo que deixa claro esse “salto alto” dos homens, salto pode significar um pulo, uma saída para isso tudo. Desculpe a demora na resposta. E volte sempre! Abraços.

  47. Olá adorei seu blog, estou muito feliz por achar explicações par aminhas dúvidas a cerca das músicas desse novo cd do rappa.
    As músicas são lindas melodia envolventes mas o queme faz escutar esse cd todos os dias é a vontade de entender o que ele quer dizer como ecxpressões como

    “A LATA COM FARPA CORTANTE, REZA CARTILHA, EM BUSCA DO PORRÃO”
    não da pra citar, as múscias são todas cheias de significado
    e elas se relacionam , não são músicas soltas, sem conteúdo.

    ainda tenho muitas dúvidas
    mas agora vim apenas parabenizá-lo!

    aliás, não concordei um pouco com sua interpretação sobre monstro invisivel
    por que um disco carregado de espiritualidade, religião e mistica falaria sobre contratos e cooporações???

    EU VI NO BLOG NA ROTA DO ROCK UMA EXPLICAÇÃO “que não se pode tocar e que comanda a nossa vida, como violência, política, fatos e os nossos atos. O inexplicável e o intangível. A história se repete e a vida nos une, como uma grande rede, misturando e revivendo acontecimentos nos quatro cantos do mundo.”

    o que pensa ???

    bjs

  48. Oi, Mina. Bem-vinda! Bom saber que achou um lugar para colocar suas dúvidas. De antemão aviso, procuro também as respostas e pode ser que as vezes não as tenha ;-). Essa citação que viu é interessante, porque o status de corporação não está apenas nas empresas, mas na politicagem, no tráfico organizado e até na forma com que lidamos com as pessoas. Ou seja, nos atos BURROcráticos. Achei no blog do Jama uma matéria de lançamento do álbum com uma frase do Lobato sobre a música… “Com essa coisa corporativa você não consegue enxergar o mandante, não tem a quem reclamar. Você quer fechar a conta no banco e não consegue, quer cancelar um serviço e não consegue, aí o cara xinga a mulher do telemarketing… é isso, antes a gente tinha uma noção de que o cara era um desgraçado, mas hoje ele não tem cara. A corporação faz isso.” O curioso é fazer a relação que parece tão distante entre espiritualidade x corporativismo, mas que existe! Um é regido pela descoberta da existência (religião significa religare, ou melhor, religar, voltar a se ligar à verdade, ao absoluto). O outro, ao contrário, é um princípio de robotização e perda de sensibilidade (tenho vários posts falando a esse respeito – um deles até foi o segundo texto que escrevi neste blog em setembro de 2008 – veja: https://simpless.wordpress.com/2008/09/page/3/). Ao “falar” sobre as corporações, num disco marcado pela espiritualidade, O Rappa reforça o seu hábito de protestar. Entretanto, num nível ainda mais sutil. É bom tê-la a bordo da Simpless. Um grande abraço!

  49. Oi Ricardo excelente Blog ! Falando de O RAPPA ,quando ouvi esse novo cd deles as músicas ficaram na minha cabeça de uma forma que fiquei curioso em prestar atenção nos sentidos das letras ,mas não conseguia entender muito bem, lendo o teu blog já deu pra ter uma idéia de como a banda gosta de mandar suas mensagens nas músicas !
    Bom mas tem uma das músicas do 7 VEZES que eu me identifiquei muito com a melodia queria que vc comentasse sobre a letra da música HÒstia muito boa!!

  50. Oi Ricardo

    Quanto a música de “vários holofotes”, percebi que vc não conseguiu explicar em uma de suas citações acima. Sem nehuma pretenção, vou tentar ajudá-lo, OK?!

    “vários holofotes ligados aqui” – vários enxeridos de olho aqui (enxerido pode ser até os políciais)
    “a água do banho já aqueceu, crianças correm para fora do campinho, quem sabe aqui dentro o que acontece sou eu” – vá se ferrar, quem sabe o que acontece aqui em casa sou eu. (pode ser na favela)
    “estado de sítio diário……, o limite de arame farpado não acaba com a fome com a fome da gente” – Poderia se dizer que toda essa proteção policial, que chama muita atenção, faz muito barulho, e chega até a incomodar, não resolve nada. Não acaba com raíz do problema, só camufla, entendeu?!!
    “sinto medo no espaço apertado, é um risco de alerta de alerta ligado”. – Sente-se preso com toda essa “segurança”, (policias) – pois por não adiantar de nada e não acabar com o verdadeiro mal, sente-se em risco no que pode ocorrer diante tanto estardalhaço. Espaço apertado pode ser favela.

    Ou seja um monte de gente se metendo na favela, querendo curar seus maus, e fazendo muito barulho, colocando policiais etc…, mas quem sabe o que acontece o que acontece por lá e como resolver é só o próprio morador.

    O resto da música tem muitas interpretações fantásticas, como por exemplo.
    “O Sol deixou de ser paisagem e passou a queimar derepente” – O que teria que ser para o nosso bem, passou a fazer mal para nós (será que são os policias e governantes????ehehehhe) pode ser sim.

    O resumo é esse, tem muita coisa para dizer ainda. Espero ter te ajudado.

  51. Discordo (com todo o respeito) sobre a interpretação da frase “às vezes a gente reza cartilha e sai de brita” .
    Siginifica,ao meu ver, que não adianta tentar segir sempre regras (cartilha), pois e algum momento em nossas vidas vamos derrapar (sair de brita), escorregando em nossas fraquezas humanas.
    Não importa o quanto vc se regre na vida, uma hora vc derrapa. O importante é tentar aprender a se contrlolar após a derrapagem para não se perder de vez.

  52. Olá, Karol. Tudo bem? Obrigado pela visita. Gostaria de propor o seguinte: tanta gente acessa esta página da simpless, que poderíamos pedir para alguém nos deixar sua impressão sobre a música. O que acha? Se ninguém tomar a dianteira, entretanto, escrevo minha opinião para você, ok?! Abs, 😉

  53. Viva, Sander. Obrigado por trazer sua opinião, que de forma alguma é vista como desrespeito, ok?! Porém, creio que sua percepção não invalida o que foi escrito acima. De fato, “Brita” tem um significado no próprio dicionário Houaiss: pedra quebrada, manual ou mecanicamente, em pequenos fragmentos de tamanhos variados… usado na camada subjacente do leito de estradas de rodagem, no lastro de ferrovias, na composição de concretos. Ou seja, o sentido de derrapar na pista, de vacilar, está sim implícito na frase! Porém, toda a letra da música faz referência à pisadas de bola, deslizes, como no trecho… “Tomei e dei volta como o drible sem objetivo; que se perde além da linha lateral…” e mesmo na sequência do trecho que comentamos é possível notar que a letra indica caminhos errados que perseguimos sem notar que já estão perdidos… “As vezes a gente corre atrás do finado, tem jogo (vai!) que começa acabado”. Porém, não acredito na interpretação que permeia apenas o óbvio e literal. Afinal, o que significa correr atrás do que faleceu, num jogo que já começa perdido? Por isso, não pude deixar de pensar em pedras, chumbo ou drogas, quando a escolha da palavra “Brita” tem um duplo sentido possível (por exemplo, a letra poderia ser mais direta no sentido de derrape dizendo “sai da pista”). Gostei bastante da sua colocação sobre o controle após a derrapagem, também concordo que é preciso se observar quando a vida sai dos trilhos. Mas será que é esse o sentido da música? Principalmente, avaliando a parte final que diz… “Não tô aqui pra pagar pau pra fardinha azul; aqui não tem cabeça baixa, também não tenho pressa; não sou bebedor de água benta; se liga nessa, vai, ajoelha e reza…”. Abraços e volte sempre!

  54. Olá Ricardo

    Então… sei que O Rappa é uma banda que trabalha muito o lado “astral” e/ou espiritual da vida, lado que nos fica oculto pois temos esse par de olhos que na verdade não consegue enxergar além do que se vê. Que para tal feito temos que ativar o 3º olho, a 3ª visão, (o olho de CRISTO) que enxerga a pureza e o amor… enfim, as coisas que não podemos tocar…mais sim, SENTIR. E isso envolve a nossa FÉ.
    Sim, vamos ao que interessa relamente:

    Qual o significado de algumas palavras que o Falcão cita em várias músicas, como:

    MOFAIA ? = seria ” more fire” (jamaicana?) na expressão o rappa de dizer?
    IOWA ou AIÔA ? = Provém do Candomblé ou Umbanda?
    NAMASATURIÊ…reinado do silencio que precede o esporro… ? = ???
    BOMBOCLAN ? = ????

    A maioria na música MAR DE GENTE.

    Acho que é astral mesmo…rs , baixou o santo nele viu!

    Paz e Bem meu caro, aguardo a resposta.

  55. Olá, Marcos. Vamos ver se consigo te ajudar, ok?! Veja o começo desse vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=s02MDnIW7z8) do Planeta Atlantida 2005, na divulgação do álbum “O Silêncio que Precede o Esporro”. O Falcão diz que esse trabalho “fala de comunicação, de poder falar, se entender… e abrir a cabeça sempre que possível… papo de surdo e mudo…”. Acho que tentam mostrar a importância do relacionamento e da comunicação. Surdos e mudos podem não se comunicar, mas se eles ultrapassarem as dificuldades físicas usando um código, podem estabelecer uma conexão. Acho que a mensagem é para tentarmos estar mais próximos uns dos outros, como diz no final… “estaria maluco se não estivesse junto…”. Reza vela, já tem uma mensagem bem perto do material de “7 Vezes”. Coincidência? Não! Coerência. É uma letra que fala do ato de rezar, de velar, de permanecer em vigília. Tem uma palavra ali que lembra a ideia de Porrão. Quando diz… “a cera foi tarrada”, quer dizer que a cera (o material físico da reza) foi colhido em um pote (tarro é uma vasilha que se guarda o leite); ou seja, quando você reza, está conversando direto com o Santo e ele guarda o que é dito. Mesmo que o mundo se mostre indiferente a isso… ou que a molecada corra sem notar o que acontece. Abraços.

  56. Olá, Fred. Bem-vindo. Acho que fez boas colocações e trouxe dúvidas intensas… não vou ousar responder com precisão, signos e códigos criados são um verdadeiro labirinto que é necessário muito tempo para desvendar e, confesso, não o tenho no momento. Entretanto, posso dar algumas sugestões se você quiser mergulhar de cabeça e, quem sabe, nos trazer respostas! Que tal?… IOWA e AIÔA me parecem onomatopéias de sons tribais, deve ter algum significado primitivo ou de alguma cultura africana, por exemplo. Outros músicos também usam esse tipo de recurso, como o famoso IEIEIA, LERERERÊ, ETC… rsrs… NAMASATURIÊ me lembra de cara uma saudação Hinduísta, o já novelesco Namastê, que significa “eu me curvo a você”, uma reverência comum no oriente. MOFAIA, até poderia ser uma lacraia mofada, vai saber, mas vou instigar sua curiosidade dizendo que encontrei essa palavra num site cheio de anagramas de uma organização que se propõe promover a educação de todos os aspectos psicoativos das drogas e do seu uso, fazendo ligações visionárias (segundo aponta o site), etnobotânica das culturas indígenas, redução de danos e risco sanitário e legais do uso das drogas. Nele (imagino que queira logo ir para o site), há uma área meio escondida com estes anagramas, onde é possível “tentar” alguma tradução copiando pequenos trechos com a palavra “mofaia”, se quiser arriscar… “Anali dij shunu ri mofaia…” ;-), ok, segue o site para desbravar… (http://www.lycaeum.org/mv/anagrams/PARALINGUA.cgi?article=Ratoqunnota) ou (http://www.lycaeum.org/mv/anagrams/PARALINGUA.cgi?article=Righaskatosu). Bom, depois dessa BOMBOCLAN fica fácil, não é mesmo? Grande abraço!

  57. Muito bom o Blog !! gostei muito do jeito que vc explico sobre o cd do Rappa , quando eu escuto eu viajo rsrs…. demorei um pouco pra entender as letras mais depois meio que entro na mente !!! parabens ate mais !

  58. Olá Ricardo,td bem?
    Parabéns pelo site,é muito interativo. eu gostaria se possível, de acrescentar ao que vc já havia escrito à respeito da música em busca do porrão,quando ele diz:”A busca do porrão vai além, além do macacão, abraço evangélico, evangelho e curtição onde ninguém se perde nos dramáticos sete não tem traíra, não tem canivete
    sem traíra, sem canivete, sem traíra e canivete..”
    Estaria ele falando dos traíras que pervertem o universo evangélico? desses dramáticos “sete”,”sete” esse proveniente do “171”… falsos profetas que roubam o dinheiro do povo, e divulgam um evangelho que não é o certo? essa música fala da busca pela sua metade, pelo que falta à sua vida, não é uma missão, é uma sina. é uma busca diária pelo melhor e nesse caso ele fala do “Abraço evangélico, evangelho e curtição”, ou seja: Onde você pode ser livre, adorar à Deus, fazer oque é certo e ser feliz,curtir,entretanto, é comum você ver pessoas reclamando de problemas dentro da igreja, porque as pessoas se perderam do evangelho em si, eles falam sobre encontrar esse evangelho perdido ,que aparentemente não existe mais… e por isso ele entra na lista das buscas do porrão… Porrão= Ejaculação Perfeita,Orgasmo na sua definição mais clara, algo mais doque uma rapidinha,rs..o chamado climax,o ápice sexual. qual a sua opinião à respeito?

  59. Olá, Eduardo. Tudo bem? Olha, não sou instruído no universo evangélico, o que limita minha compreensão sobre sua colocação. Tentei olhar pela sua ótica, mas não encontro uma relação do “sete” com o 171, por mais que existam falsos profetas. E pelo que entendi da sua visão, a busca do Porrão seria um caminho de escape, uma busca do desejo e do prazer sexual por aqueles que não conseguem encontrar uma realização espiritual? Se for isso, é uma tênue divisão entre o sagrado e o profano. E seria muita ousadia da minha parte tentar responder aqui, em poucas palavras. Entretanto, parafraseando o pensador romeno Mircea Eliade (vale você conhecer suas ideias em http://www.videeditorial.com.br/dicionario-obras-basicas-da-cultura-ocidental/d-e/eliade-mircea.html), “o Sagrado e o Profano constituem duas modalidades de VER no mundo”. Espero ter ajudado, ok?! Abraços.

  60. Ricardo você não entendeu ,eu vou me aprofundar na minha explicação para que dessa forma eu possa mais claro..^^..

    Eu não quis dizer que a busca do porrão seja nada disso que você entendeu..eu quis dizer que é uma busca..uma sina como diz na música,como uma coisa que você procura a vida toda entretanto não é uma missão,porque você só a procura de forma subjetiva,você vive a sua vida normalmente porém inconscientemente estará eternamente em busca do porrão,eu citei o “abraço evangélico, com evangelho e curtição”,que não é o que vemos hoje em dia,esses “7” são os caras que se dizem evangélicos,que fazem encenações dentro das igrejas, roubam o dinheiro dos fiéis, e mancham o nome de todos os evangélicos em si..quanto à curtição, é a diversão em si,você poder servir à Deus e ser ao mesmo tempo uma pessoa normal,entretanto,esse “Abraço Evangélico” entra na lista do porrão,justamente por se enquadrar na sua busca,como todas as coisas que são dificílimas e quase impossíveis de se conseguir ,como por exemploe:Esse grande orgasmo,onde estão implícitos todos os ingredientes para esse feito,haja vista que hoje em dia cada vez mais as pessoas se envolvem sem se conhecerem,sem se amar de verdade,e assim,ter esse chamado “Porrão”,torna-se difícil..rs,A busca do porrão é uma grande realização,só isso..porque a vida é uma busca por uma realização,por algo especial,espero ter sido mais claro ..mais uma vez congratulações pelo site,é incrível..

  61. Olá, Eduardo. Desculpe-me se não o compreendi direito. Acho que conseguiu resumir bem seu ponto de vista, quando cita que “a busca do Porrão é uma grande realização”. E acrescentando uma observação, acho interessante comentar um expressão bastante usada na letra que bem diz… “a busca do Porrão vai além… do silêncio, do gozo, do papo mudo, da compreensão… etc”. Ou seja, vai além de tudo o que podemos experimentar dentro dessa realidade que chamamos vida. Neste sentido, qualquer que seja a identificação do Porrão como algo experimentado dentro da nossa realidade, seja um abraço evangélico, seja um gozo dos prazeres sensuais, mesmo com a pessoa amada; não pode ser alcançado. Estar além, a meu ver, significa um convite a evolução. Obrigado pelo retorno e bate-papo, ok?! Abraços.

  62. Oi Ricardo, td bom?
    Em primeiro lugar parabéns pelo Blog, muito bom!!
    Na música Brixton, Bronx ou Baixada, tem uma parte assim…”É só regar os lírios do gueto que o Beethoven
    Negro vêm prá se mostrar”
    Em seu ponto de vista o q significa??
    flw man, abço!!

  63. Olá, Vinícius. Obrigado pelo elogio. Mas a verdade é que um bom blog se faz com espaço para trocas de ideias e, por isso, valeu pela visita. Olha, acho que essa letra tem várias coisas inseridas. Primeiro, mostra a igualdade entre os vários pontos do mundo (subúrbios), Brixton (Inglaterra), Bronx (EUA) e a Baixada Fluminense (Brasil). A frase que cita parece clara em afirmar que se há investimento cultural e incentivo no gueto, de lá nasce (brota) grandes gênios como o compositor Ludwig van Beethoven. Vale ressaltar que a obra de Beethoven é tida como um estado, uma busca pela liberdade e, neste sentido, não é meramente a composição fonética que prevalece, mas um desejo de libertação popular. Grande abraço!

  64. Olá, Ricardo.
    Sem palavras para expressar o quanto eu gostei do blog, continue assim!!!
    Não ficou claro pra mim a parte da canção 7 vezes. Segue abaixo.

    Castigo, será que obrigatório,
    estudar pra ter, vocabulário é obrigatório.

    Obrigado desde já!!

  65. Olá, Guilherme. Bem-vindo ao blog. Também sinto algo diferente nesta parte da música, o que pode trazer alguma confusão. Mas se olharmos só para a frase, ela questiona a importância do castigo em detrimento de um conhecimento do vocabulário (símbolo de aprendizado). Neste sentido, até para escrever o nome de alguém (7 vezes) é preciso saber a escrita, ser instruído. Outra coisa que me ocorre agora, em relação a música (e ao disco, já que é tema do álbum), veja que em ambos os casos, seja no lirismo amoroso, seja no aprendizado, parece que O’Rappa nos canta para que sejamos persistentes. Tanto que diz: “…insistir e repetir, todas as portas vão se abrir.” O mundo precisa de pessoas assim, que busquem a verdade do amor e da palavra com diligência; quem sabe não é este o sentido? Grande abraço.

  66. Parabéns pela inteligência e sabedoria que escreve! Espero que todos tenham as músicas d’O Rappa como insentivo e inspiração para sempre praticar o bem para tudo e para todos por menor que seja.
    Humildade sempre!
    T.

  67. Ricardo possar que você já tenha postado aqui o significado , procurei mas nao achei. queria saber de você realmente o significado desse trecho
    “eu escudo é minha hótia”

    e parabéns cara você é nota 10
    Abraço

  68. Olá, Allan. Realmente deve ter algumas informações sobre esta música aqui ou em outros posts com a palavra “porrão”. Entretanto, não custa nada explicar minha visão novamente. Não sei se foi erro de digitação, mas o trecho da música diz “meu escudo é minha hóstia…”. Ou seja, meu escudo, aquilo que me protege e, de certa forma, que me separa e distancia dos outros, é a minha hóstia – aquilo que os cristãos recebem como alimento (corpo) de Cristo em sinal da fé. Curiosamente – isso é novo no blog – hóstia é uma palavra que vem do latim e significa vítima (oferecida aos deuses). E se analisarmos profundamente, o que está sendo dito é que aquilo que usamos como proteção contra os outros é justamente o que nos transforma em vítimas dos deuses. Não sei se a galera d’O Rappa pensou nisso, mas é possível entender dessa forma. Espero que tenha ajudado e você também é 10 meu caro! Só quem tem este desprendimento de homenagear um outro, é passível de ser elogiado na mesma intensidade! Grande abraço.

  69. Olá Ricardo, primeiramente gostaria de dizer que esta de parabéns pelo seu blog!
    Gostaria de discutir sobra a música ”Monstro invisível”.Li seus post sobre a musica,e gostei muito.Porem quando vi o clipe oficial, achei nao ter muita ligação. Vi o clipe e depois li a musica, achei (sei lá, acho q to errada hahaha) que talvez a música poderia falar do dia-a-dia dos grafiteiros(ou dos desfavorecidos, dos pobres) nessa sociedade de tanta exclusão. Em:
    *”Monstro invisível que comanda a horda, Arrasando tudo o que é de praxe ” pensei ser esse ”monstro invisivel” os grafiteiros(pobres, etc) tão odiados (os monstros que arrasam o que é de praxe, a cidade, muros, etc) pela sociedade -dos privilegiados-,que os tratam como ”invisiveis”.
    *”Eu tô laje acima, no cerol que traz a vida pra baixo”..poderia ser os ricos que estao ”a cima”(longe, superiores, nao me vem a palavra adequada) da pobreza, dos problemas sociais.
    *”Brilhante idéia de uma cabeça nervosa,Grafitando um outro muro de raiva”
    Seria ‘brilhante idéia”(são lugares onde toda a sociedade vê a arte da pichação) de expressar sua raiva, ou melhor, de manifestar as injustas pra sociedade, que tratam como as ‘invisiveis”.
    *”Vejo a minha história com a sua comungar,Vejo a história, ela comungar”
    Poderia ser tipo..por mais que a sociedade trate os pobres e a diferencas sociais com desdém,ela esta presente.A historia de ambos comunga, ou seja, convivem juntas( por exemplo,rico e probre)
    *”Poço lado e sujo, cria do descaso,Alimentando folhas em branco e preto”
    ”Poço lado sujo” seria a favela..os pobres (‘os sujos’ como muitos afirmam) é um filho(uma cria) do descaso (do governo, da sociedade que ‘nada’ fazem pro isso).
    ”Botões e atalhos amplificam a distância,E a preguiça de estar lado a lado veste a armadura esse é o poder solitário” seria o isolamento dos ricos com os pobres(proteções, etc.) que amplifica essa diferença, ou até o ‘contato’ de dois mundos tão diferentes. As pessoas ”vestem”(para se protegerem..sendo vulgar: não se contaminarem com a pobreza) suas armaduras e nada fazem pra mudar essa diferença.

    Bom, uma opinião..!obg, adorei seu blog, parabéns!
    espero respostas, abraco

  70. Olá, Laila. Obrigado pela sua participação aqui na Simpless. Adorei suas colocações. Afinal, o poder de interpretação é justamente o que completa qualquer obra, artística ou musical. Em relação aos pontos que levantou, só acho que O Rappa não considera os grafiteiros como os “monstros invisíveis”. Ao contrário, creio que valoriza sua ação de crítica social… ao mesmo tempo que não vejo que os ricos estariam na laje acima, pois diz que “ele” está lá… como se estivesse dizendo que está “num piso superior, olhando tudo o que acontece”. Sobre a questão do universo corporativo, não sei se notou… mas o que faz um executivo de gravata no meio dos grafiteiros, lá pelos 38 segundos? (veja neste link: http://www.youtube.com/watch?v=a0QiADyGCN8). Pode ser coincidência? 😉 Enfim, agradeço demais sua participação e o enriquecimento das percepções! Grande abraço.

  71. Primeiramente, foi muito bom você ter aberto esse espaço, fazia tempo que eu estava com vontade de discutir sobre as musicas da minha banda predileta , ao longo da minha leitura do seu blog , que por sinal eu li inteiro , até o documentário eu vi (: , percebi que não tem como chegar a um consenso das idéias das letras em questão , queria dizer muita coisa , mais infelizmente não sei me expressar só o meu inconsciente me entende rs , mas ! , quando você fala de religião nas letras do novo cd , você acha assim como eu que é uma critica a religião assim como o nome da musica “reza a vela” ( rezando uma vela , não seria rezar atoa rezar pro nada , pra uma cera ou um barro (que seria a imagem dos santos) . . . ) talvez esteja falando besteira , mas , talvez não esteja !

    cita: eu vi uma vez o clipe da musica “o salto – o rappa ” o videoclipe oficial que ilustra bem a musica , se vcs acharem por favor me mandem !

    PARABÉNS RICARDO , ABRAÇO

  72. Olá, Alef. Grato por trazer suas ideias. Sim, consenso não é bom, principalmente quando se trata de trocar percepções. Já imaginou como seria chato todo mundo sentir e pensar igual?! =) Sobre a sua visão de uma possível crítica em relação à reza, mais acima explico minha percepção. Não entendi desta forma, mas pode ser que tenha algum sentido. Afinal, criamos nossas crenças baseado em nossa construção mental, e se ela não vê valor em rezar a fumaça que sai da vela pode ser só fumaça e nada mais. Grande abraço e obrigado pela visita!

  73. Fala aí Ricardo tudo bem, gostaria de uma opinião sua sobre uma música do álbum “7 vezes” da faixa 13 ” Respeito pela mais bela” essa música fala de uma perda de uma pessoa querida, ou algum tipo de decepção amorosa que o Falcão teve, ou seria algum tipo de mulher ideal?? o que vc acha??

  74. Na musica HOSTIA ele fala ” MEU ESCUDO É MINHA HOSTIA ”
    o que realmente quer dizer??

    outra coisa, não muito importante, a turma do RAPPA é cátolico?

  75. Olá, Caio. Tudo bem? Desculpe a demora na resposta, ok?! A música “Respeito pela mais bela” tem letra do Vinícius Falcão, irmão do vocalista mor d’O Rappa. Parece-me a letra mais romântica do álbum, no sentido de chorar alguém perdido. Pelos dizeres, dá uma sensação de que a pessoa está morta ou se foi para um lugar distante. E essa pessoa devia trazer um espírito de esperança muito forte para o autor. Uma bonita letra, diria. Mas acho que escapa um pouco do teor e do formato do disco em geral. Grande abraço!

  76. Glauco, como vai, tudo bem? Dê uma olhada acima ou em outros posts sobre O Rappa, pois já cheguei a comentar sobre a hóstia do disco. Além do pão cristão, hóstia é também uma vítima expiatória, ou seja, uma vítima que se purifica de faltas cometidas, ou seja, uma penitência. Se uso um escudo que é a própria penitência, então busco proteção dela mesma, certo? Sobre seu questionamento sobre seres católicos, veja este post: http://orappabanda.blogspot.com/2009/11/quem-vai-querer-e-o-significado-das.html
    Abraços e volte sempre!

  77. ola ricardo eu queria saber o que que voce pensa o que voce tem a dizer sobre o single meu mundo e o barro ja no final da musica o falcão canta “o rappa ja ta indo ai..ai ele fala uma coisa que ñ ta pra enteder ja ta indo ai. mais apesar de qualquer coisa o rappa tem letristas de primeiro escalão. cada um acreita no que quer eu vou continuar a ser fãn

  78. Bom Dia, Ricardo.

    Gostaria de saber se a música Vapor Barato, estar falando para alguma Mulher ?

    “Eu não preciso de muito dinheiro, graças á Deus”.
    “Talvez eu volte, um dia eu volto quem sabe ? mas eu preciso, eu preciso esquece-la”.

    Na sua Opinião ? Oque essa Música quer dizer ?

  79. olá ricardo !
    então to aqui pq eu n consigo interpretar direito a musica ” O Salto”
    queria que vc me desse uma luz – até pq vou fazer um trabalho de sociologia sobre a musica – =]
    parabéns pelo blog muito interessante
    jah bless !

  80. Olá a todos! Peço desculpas pela demora nas respostas, mas ultimamente estou bastante atarefado. Pedro, a resposta da sua pergunta está escrita bem acima, após a pergunta da Sara, dia 14/12/2008, ok?! Gilson, sua pergunta também está na lista de respostas, ok?! Veja o comentário do dia 22/09/2009. Douglas, sobre sua questão, diferente de outras letras do “7 Vezes”, acho que “Reza Vela” (que é de outro disco) tá mais para viver uma história como ela é; a famosa cena do cotidiano, do que um traço espiritualizado. O ato de rezar ali faz parte da vida, mas as coisas não parecem mudar muito e “…a molecada corre e corre e ninguém tá triste…”, ou seja, a vida das pessoas na comunidade apenas vai passando, mesmo que se torne um funil, mais apertada, mais pobre, etc. Vejo força no lado crítico d’O Rappa. Por fim, mas não menos importante, tentarei responder a você, Daniel! Vale lembrar que as interpretações são sugestões e não uma teoria para lançar como trabalho de filosofia, ok?! Bom, essa música “O Salto” é bem marcante. Fala de “ondas de vaidade”, um veneno da mente humana que vê a vida com mesquinhez; “regar folhas no deserto com chuva de insetos”, ou seja, uma percepção de que as últimas esperanças estão sendo devoradas, aniquiladas; “Mas…”, importante essa tentativa de restabelecer a verdade, “…se você ver em seu filho uma face sua… e retinas de sorte… e um punhal reinar como o brilho do sol,… o que tu farias?”. Entendo: se você olhar a sua violência, aquela que você mesmo gerou, na mão e nos atos dos seus filhos, como lidaria com isso? E a resposta é ainda uma pergunta… “se espatifaria ou viveria o Espírito Santo?”. A conclusão é deixar “aos jornais, o sangue, como capital”, a prova de um compromisso, o suor, o desejo de mudar como pagamento; “às famílias, o punhal”, ou seja, tanto a própria arma para ser investigada como o punhal da força, a união na batalha; e “à corte, o sinal”, um aviso de que a sociedade precisa de ajuda, um alerta. Espero ter ajudado a todos. Abs!

  81. mano eu quiria saber o verdadeiro significado da musica rodo cotidiano pq nao sei se e oq eu pensso pq se for oq eu pensso e muito facil pra decifrar comparada as outras musicas

    i vc manda muito bem nas explicaçoens

  82. Olá, Ian. Caro, acho que significa a enxada, vida de trabalho duro, que o povo carrega diariamente. É O Rappa fazendo crônica da vida, algo mais poético… numa poesia concreta. Obrigado pela visita, ok?! Abs.

  83. = D
    Meu vou deixar um post aqui….. pra te parabenizar pelo blog
    é bom saber que eu não sou o unico cara com Motta no nome que procura aprende pelo menos um bocadinho do que se realmente vale a pena aprender….
    O rappa se destaca com certeza por expor as verdades “altas” de maneira sutil atrávez da musica que instiga o ouvinte a procurar significado na melodia tão bela que se ouve
    Seu blog ta na minha barra de favoritos já…. Fica com Deus cara

  84. Oi Ricardo, obrigado para seu trabalho. Os acontecimentos dos ultimos dias em Londres me fizerem pensar nas letras da musica Brixton, Bronx ou Baixada. Eu queria saber mais da significativa das letras e eu achei seu blog na minha busca. Gostei da sua resposta ao Vinicius um tempo atras. Valeu!

  85. Hello Ben! Pela leitura do seu texto, parece que está usando um tradutor online, certo?! Bom, tentarei fazer uma explicação objetiva e sem muitas gírias (slang) que podem deixar mais difícil a compreensão, ok?! Basicamente, o que O Rappa nos diz nesta música é que se a sociedade regar (coloca água, como se faz com plantas) os subúrbios de coisas boas, logo aparece o talento das pessoas mais pobres. Entretanto, como o “leite suado é tão ingrato” (“leite suado” é uma expressão bem brasileira que significa ganhar seu sustento – o leite – de forma suada – com muito esforço). Ou seja, como ganhar o sustento é tão difícil nestas localidades, a cada dia as gangues vão ganhando mais espaço. Completa a ideia da música dizer que tanto faz o lugar, tudo (sempre) é igual. Não sei quais são os motivos que estão levando os suburbanos londrinos a esta situação, mas de certa maneira a música retrata exatamente o tema. Aliás, bem lembrado! E aproveito para mandar nossos votos de que os problemas em Londres possam virar boa música e esperança! Grande abraço.

    1. Olá, Gustavo! Acho que a mão de Maria é a mão da misericórdia. Ter o coração como guia é de fato um ato de compaixão, que gera harmonia. E neste caso, harmonia parece ter duplo sentido; musical e espiritual. Abraços.

  86. Curto muito o rappa mais as vezes fico com a mente bagunçada sobre as letras.
    Tentei ser crente, mais meu cristo e diferente a sombra dele e sem luz no meio daquela luz..
    que cristo e esse ?
    mais as musicas e daora curto a parte que fala
    Tenho fé,um dia vai ouvir falar de um cara que era so um zé.muito daora essa parte.
    vlw abraço

    1. Genesis, seu nick talvez seja mais difícil de compreender do que as letras d’O Rappa, não?! 😉 Brincadeira! Caro, já publiquei uma resposta sobre esta música (veja acima uma resposta para a pergunta da Sara, na data de 04.12.2008). Gosto também desta parte que cita, pois somos todos Zés que um dia podem ser ouvidos e compreendidos. Grande abraço.

  87. Bom.. quero deixar aqui meu entendimento em relaçao em uma das letras do rappa,Meu mundo é o barro, Quando ele fala.. tentei ser crente mais meu cristo é diferente, voltei pro mundo aqui em baixo, Bom.. o unico que esteve la em cima é o diabo, o unico que tentou ser crente tbm é ele..

  88. Tem uma pergunta do Fred sobre Mofaia a expressão é na realidade mesmo More Fire (Jamaica) que significa derramar o fogo santo em cima daqueles q julgam os outros por ter hábitos ou crenças ou etc.. diferente!

  89. Olá! Pesquisando sobre os termos, encontrei este para Bomboclan, que na verdade deve ser Bomboclat.

    Bomboclat – vem da Jamaica, e pode ter 2 significados: qdo vc se impressiona com algo q vc escuta vc diz “Bombooocclaatt!” como o nosso “PQP!” ou entao, qdo vc xinga alguem “He is a bomboclat!” é o nosso FDP…

    Fonte: http://gambuthi.zip.net/arch2008-09-01_2008-09-30.html

    Abraço

  90. O Rappa é cheio de religiosidade. Eu curto muito “Monstro Invisível”, porque faz uma menção clara à “corporatividade” da Maçonaria. E´interessante, pois “vejo a minha história como a sua COMUNGAR”. Quem é da corporatividade não pode comungar. Essa é a ideia, o Rappa é genial.

  91. Boa tarde Ricardo!

    Primeiramente, venho te parabenizar pela qualidade de seu blog… Tive o prazer de ler todos os comentários… Como e bom ler algo tao interessante, instigador, inteligente…

    Segundo, seria incrível se voce fizesse uma “Traducao” do novo album….
    Fica a dica/pedido e mais uma vez Parabéns!!!

  92. Cara, “simpless mente” incrível todos os comentários e debates, li todos e os mesmo me completam com a sua essência, mostra que o Brasil não está perdido com os ideais mundano e concordo com o amigo, vc deveria fazer a magnifica análise do novo disco. . .
    Estou ansioso. . .
    😀

    1. Caro Allef, tô bem afastado do blog, apesar de mantê-lo ativo. Sua pergunta é de dezembro de 2014, mas aqui vem a resposta: veja o comentário que fiz em 4/06/2009 que fala sobre a Súplica Cearense e a Guerra de Canudos. Grande abraço!

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